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ENDO 1 - Instrumentação do Sistema de Canais Radiculares (SCR)

  • Yasmim Ferraz Simões de Faria
  • 18 de set. de 2024
  • 4 min de leitura
  • Não é possível esterelizar o sistema de canais radiculares(SCR) devido a sua complexa anatomia.



⦁ Objetivo do tratamento endodôntico é remover o máximo possível de micro-organismos do sistema de canais radiculares

⦁ Objetivo do preparo químico-mecânico: ⦁

I. Ampliação e Modelagem: Com instrumentos endodônticos (limas e broca de Gates-Glidden

II. Limpeza dos canais: Instrumentos endodônticos, substâncias químicas auxiliares, irrigação e aspiração (fator físico, gera fluxo-refluxo, removendo micro-organismos).


⦁ Crown-Down: Técnica de instrumentação utilizada na UFF:

- Crown-Down significa que a instrumentação será realizada no sentido coroa > ápice.

-1/3 cervical->1/3 medio-> 1/3 apical

- A principal vantagem dessa técnica é evitar transporte de microrganismos e tecido infectado para o ápice, visto que o terço cervical e médio são os mais contaminados.

⦁ Por onde começamos?

⦁ Radiografia inicial: A partir da radiografia inicial determinamos o comprimento aparente do dente com uma régua endodôntica.

- Removemos 4mm do comprimento aparente que é referente ao terço apical e calibrando a lima # 10 ou # 15 com este comprimento realizamos o cateterismo.


MAS ANTES DISSO, REALIZAMOS:


⦁ Acesso: É a primeira etapa do tratamento endodôntico, é realizado com brocas esféricas diamantadas de haste longa (HL) (1012;1014;1016) com um diâmetro compatível à estrutura que desejamos cortar e broca Endo Z. *OBS: É necessário remover toda a restauração e tecido cariado presente no elemento antes de realizar o acesso.


⦁ Isolamento Absoluto: No tratamento endodôntico isolamos apenas o dente que iremos tratar usando o arco OSTBY, sempre de plástico para não interferir a radiografia. o isolamento é obrigatório pois evita contaminação do campo operatório, diminui a possibilidade de infecção cruzada, permite manutenção da cadeia asséptica e melhor visualização do campo operatório, além de proteger o paciente de deglutir instrumentos e ter contato de sua mucosa com o hipoclorito de sódio.


AGORA SIM, PODEMOS COMEÇAR A INSTRUMENTAÇÃO:) :


Cateterismo: É realizado com limas de pequenos diâmetros, geralmente lima 10 e tem como finalidade conhecermos/explorarmos o canal


Pré-alargamento: Realizado APENAS no terço cervical e médio em uma sequência decrescente de gates-glidden.

*Obs: utilizamos a sequência descrescente para respeitar o sentido de instrumentação (crown-down) começando do maior diâmetro para o menor, visto que os canais costumam ter diâmetros maiores no terço cervical decrescendo no sentido ápice.

- Usamos a gates-glidden na caneta de baixa rotação, broca deve entrar e sair girando e o dentista deve realizar movimentos não muito longos para não cortar mais estrutura que necessário.

- Vantagens do pré-alargamento:

I. Possibilita o alcançe do instrumento à região apical de forma mais livre.

II. Otimiza o controle da infecção.

III. Possibilita a penetração da agulha de irrigação mais apicalmente.

IV. Colocação de uma maior quantidade de Irrigante.

V. Diminui a incidência de dor pós-operatória.


⦁ Comprimento aparente: comprimento obtido medindo a radiografia inicial.


⦁ Determinação do comprimento real do dente: determinação do comprimento de trabalho (limite que o endodontista deve atuar) -> Odontometria.


⦁ Comprimento de trabalho(C.T) = comprimento até o ápice radiográfico - 1mm. (apenas no método radiográfico, visto que o localizador já nos dá o comprimento exato).


Odontometria:

Determinação precisa do limite do canal dentinário.

  1. Método radiográfico: foi muito utilizado porém possui algumas limitações:

a. Variação nos ângulos horizontal e vertical.

b. Sobreposição de estruturas anatômicas.

c. Imagem bidimensional de objeto tridimensional

⦁ Sequência da técnica:

I. Calibramos uma lima no comprimento aparente.

II. Definimos uma referência fixa na oclusal.

III. Posicionamos a lima com o cursor em nossa referência.

IV. Radiografamos.

V. A partir da radiografia, vemos se a lima está passando o ápice, está áquem ou sobre o ápice, ajustamos a lima e repetimos a radiografia até que a mesma esteja cerca de 1mm áquem do ápice radiográfico.

-OBS: Realizamos isto para não gerar sobreinstrumentação do canal, pois ao deixar a imagem bidimensional não conseguimos ter uma correta localização do forame, considerando muitas vezes que o forame está coincindo com o ápice radicular, algo que quase nunca ocorre, estando em sua maioria lateralmente.

-Em uma tentativa de contornar esta situação, consideramos o comprimento de trabalho (C.T) 1mm áquem do ápice radiográfico, pois a média da distância do forame apical ao ápice é de 0,5mm, e do forame apical à constrição apical de mais 0,5mm descontando 1mm do comprimento total.


⦁ Comprimento de trabalho (C.T) = comprimento até o ápice radiográfico - 1mm. (apenas no método radiográfico, visto que o localizador já nos dá o comprimento exato).

⦁ Comprimento de trabalho: o comprimento que iremos trabalhar no canal dentinário.


2. Método do localizador apical: possui uma precisão maior a distância até o forame apical.



⦁ Após a determinação do C.T devemos selecionar a lima que usaremos no terço apical. Esta seleção ocorre a partir da ultima gates-glidden utilizada no canal, vemos qual lima corresponde ao seu diâmetro e selecionamos uma lima de calibre imeadiatamente menor. Com a lima selecionada, tentamos posicionar no comprimento de trabalho, se ela não alcançar irrigamos e tentamos uma lima com calibre imediatamente menor, repetindo esse processo até que a lima consiga alcançar o C.T . A primeira lima a alcançar o comprimento de trabalho recebe o nome de lima do diâmetro anatômico, pois possui um diâmetro correspondente ao diâmetro anatômico do canal, isto é: diâmetro que o canal possui anatomicamente, ou seja, antes de ser instrumentado.


⦁ Lima do diâmetro anatômico: Primeira lima a alcançar o ct. OBS: É de extrema importância selecionar a lima do diâmetro anatômico corretamente, pois será a partir dela que iremos definir as limas que trabalharão no terço apical, caso escolha um calibre com diâmetro menor não removerá toda dentina contaminada, perpetuando a infecção.


⦁ Agora, iremos trabalhar no terço apical com uma sequência de 3 instrumentos imediatamente mais calibrosos que a lima do D.A. A última lima utilizada recebe o nome de lima do diâmetro cirúrgico, pois corresponde ao diâmetro que seu canal possui após a instrumentação, ou seja, diâmetro cirúrgico (criado pelo endodontista) .


⦁ Lima do diâmetro cirúrgico: última lima a trabalhar no terço apical.


⦁ Durante todo o processo realizamos a patência, ou seja, mantemos o canal patente, evitando obstrução do canal por raspas de dentinas. Este processo é realizado através de uma lima #15, calibrada em C.T +1mm.


⦁ Patência: C.T+ 1mm; Lima #15; objetivo: evitar obstrução do canal.


⦁ Portanto: Determinação do comprimento aparente->Exploração inicial-> Pré-alargamento-> Determinação do C.T-> Instrumentação do terço apical. Realizando patência durante todo o processo.








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